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Conto de Escola, Machado de Assis

Conto de Escola, Machado de Assis
Fonte:
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994. v. II.
Texto proveniente de:
A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>
A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo
Permitido o uso apenas para fins educacionais.
Texto-base digitalizado por:
Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística
(http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/literat.html)
Este material pode ser redistribuído livremente, desde que não seja alterado, e que as
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Conto de Escola
A ESCOLA era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era 
de 1840. Naquele dia — uma segunda-feira, do mês de maio — deixei-me
estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã.
Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant’Ana, que não era
então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico,
mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos.
Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o
melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.
Na semana anterior tinha feito dous suetos, e, descoberto o caso, recebi o
pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de
marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho
empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim
uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos
mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me
nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança
do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um
menino de virtudes.
Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei atempo;
ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar
manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e
desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se
Policarpo e tinha perto de cinqüenta anos ou mais. Uma vez sentado, extraiu
da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois
relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante
a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os
trabalhos.
— Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre.
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência
tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava
apenas trinta ou cinqüenta minutos; vencia com o tempo o que não podia
fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma
criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola
depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que
conosco.
— O que é que você quer?
— Logo, respondeu ele com voz trêmula.
Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu era dos mais
adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais
inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no
estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem
mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por
exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar
narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade,
mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa
acabei, como entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis
atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admirativa, a
dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de
primeiras letras que era; mas, instintivamente, dava-lhes essas expressões.
Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entregar
a escrita, e voltar para o meu lugar.
Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso,
ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos
outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas,
a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi
através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do
Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa,
que bojava no ar, uma cousa soberba. E eu na
escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos
joelhos.
— Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo.
— Não diga isso, murmurou ele.
Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que
queria pedir-me alguma cousa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo
estremeceu de novo, e, rápido, disse-me que esperasse um pouco; era uma
coisa particular.— Seu Pilar... murmurou ele daí a alguns minutos.
— Que é?
— Você...
— Você quê?
Ele deitou os olhos ao pai, e depois a alguns outros meninos. Um destes, o
Curvelo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa
circunstância, pediu alguns minutos mais de espera. Confesso que começava
a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo, e vi que parecia atento; podia
ser uma simples curiosidade vaga, natural indiscrição; mas podia ser
também alguma cousa entre eles. Esse Curvelo era um pouco levado do
diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós.
Que me quereria o Raimundo? Continuei inquieto, remexendo-me muito,
falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém
cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde...
— De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde.
— Então agora...
— Papai está olhando.
Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho,
buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós
também éramos finos; metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Afinal
cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar,
mastigando as idéias e as paixões. Não esqueçam que estávamos então no
fim da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha
decerto algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele
podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da
janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão,
despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí,
pode ser que alguma vez as paixões políticas dominassem nele a ponto de
poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que
lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando,
ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais, e lia a valer.
No fim de algum tempo — dez ou doze minutos — Raimundo meteu a
mão no bolso das calças e olhou para mim.
— Sabe o que tenho aqui?
— Não.
— Uma pratinha que mamãe me deu.
— Hoje?
— Não, no outro dia, quando fiz anos...
— Pratinha de verdade?
— De verdade.
Tirou-a vagarosamente, e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo
do rei, cuido que doze vinténs ou dous tostões, não me lembro; mas era uma
moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo
revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim.
Respondi-lhe que estava caçoando, mas ele jurou que não.
— Mas então você fica sem ela?
— Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou,numa caixinha; algumas são de ouro. Você quer esta?
Minha resposta foi estender-lhe a mão disfarçadamente, depois de olhar
para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto
amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de
serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de
sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai. E
concluía a proposta esfregando a pratinha nos joelhos...
Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma idéia
antes própria de homem; não é também que não fosse fácil em empregar
uma ou outra mentira de criança. Sabíamos ambos enganar ao mestre. A
novidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra
franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar
para ele, à toa, sem poder dizer nada.
Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o
tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao
castigo do pai. Se me tem pedido a cousa por favor, alcançá-la-ia do mesmo
modo, como de outras vezes, mas parece que era lembrança das outras
vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender
como queria, — e pode ser mesmo que em alguma ocasião lhe tivesse
ensinado mal, — parece que tal foi a causa da
proposta. O pobre-diabo contava com o favor, — mas queria assegurar-lhe a
eficácia, e daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como
relíquia ou brinquedo; pegou dela e veio esfregá-la nos joelhos, à minha
vista, como uma tentação... Realmente, era bonita, fina, branca, muito
branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma
cousa, um cobre feio, grosso, azinhavrado...
Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que
continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. — Ande,
tome, dizia-me baixinho o filho. E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos,
como se fora diamante... Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal
havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais, lendo com
fogo, com indignação...
— Tome, tome...
Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao
Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então
dissimulei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e — tanto se ilude a
vontade! — não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.
— Dê cá...
Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente; eu meti-a na algibeira das
calças, com um alvoroço que não posso definir. Cá estava ela comigo,
pegadinha à perna. Restava prestar o serviço, ensinar a lição e não me
demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe
a explicação em um retalho de papel que ele recebeu com cautela e cheio de
atenção. Sentia-se que despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para
aprender um nada; mas contanto que ele
escapasse ao castigo, tudo iria bem.
De repente, olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, comum riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra
vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que
entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu;
ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração
bateu-me muito.
— Precisamos muito cuidado, disse eu ao Raimundo.
— Diga-me isto só, murmurou ele.
Fiz-lhe sinal que se calasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso,
lembrava-me o contrato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito;
depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ainda mais inquieto, e
o riso, dantes mau, estava agora pior. Não é preciso dizer que também eu
ficara em brasas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava
como das outras vezes, nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais,
artigo por artigo, pontuando-os com exclamações, com gestos de ombros,
com uma ou duas pancadinhas na mesa. E lá fora, no céu azul, por cima do
morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me
chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo
da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém,
nem que me serrassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha
achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os
dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande
vontade de espiá-la.
— Oh! seu Pilar! bradou o mestre com voz de trovão.
Estremeci como se acordasse de um sonho, e levantei-me às pressas. Dei
com o mestre, olhando para mim, cara fechada, jornais dispersos, e ao pé da
mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo.
— Venha cá! bradou o mestre.
Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de
olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém
mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os
olhos do mestre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.
— Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? disseme
o Policarpo.
— Eu...
— Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! clamou.
Não obedeci logo, mas não pude negar nada. Continuei a tremer muito.
Policarpo bradou de novo que lhe desse a moeda, e eu não resisti mais, meti
a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entreguei-lha. Ele examinou-a de
um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua.
E então disse-nos uma porção de cousas duras, que tanto o filho como eu
acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vilania, e para
emenda e exemplo íamos ser castigados.
Aqui pegou da palmatória.
— Perdão, seu mestre... solucei eu.
— Não há perdão! Dê cá a mão! Dê cá! Vamos! Sem-vergonha! Dê cá a
mão!
— Mas, seu mestre...— Olhe que é pior!
Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui recebendo os bolos uns
por cima dos outros, até completar doze, que me deixaram as palmas
vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma cousa; não lhe
poupou nada, dois, quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro
sermão. Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se
repetíssemos o negócio apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar
para todo o sempre. E exclamava: Porcalhões! tratantes! faltos de brio!
Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fitar ninguém, sentia todos
os olhos em nós. Recolhi-me ao banco, soluçando, fustigado pelos
impropérios do mestre. Na sala arquejava o terror; posso dizer que naquele
dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de
medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara,
na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dous serem cinco.
Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas
desviou a cara, e penso que empalideceu. Compôs-se e entrou a ler em voz
alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa,
coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependesse de nos ter
denunciado; e na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe
tirávamos alguma cousa?
" Tu me pagas! tão duro como osso!" dizia eu comigo.
Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria
brigar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na Rua
larga São Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi;
provavelmente escondera-se em algum corredor ou loja; entrei numa botica,
espiei em outras casas, perguntei por ele a algumas pessoas, ninguém me
deu notícia. De tarde faltou à escola.
Em casa não contei nada, é claro; mas para explicar as mãos inchadas,
menti a minha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa
noite, mandando ao diabo os dous meninos, tanto o da denúncia como o da
moeda. E sonhei com a moeda; sonhei que, ao tornar à escola, no dia
seguinte, dera com ela na rua, e a apanhara, sem medo nem escrúpulos...
De manhã, acordei cedo. A idéia de ir procurar a moeda fez-me vestir
depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio, sol magnífico, ar brando,
sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram
amarelas. Tudo isso, e a pratinha... Saí de casa, como se fosse trepar ao trono
de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes de mim à
escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não,
que elas eram bonitas! Mirava-as, fugia aos
encontros, ao lixo da rua...
Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à
frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o
pé rápido, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por
mim, e foram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir
atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e depois o tambor... Olhei para
um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som
do rufo, creio que cantarolando alguma cousa:Rato na casaca... Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei
pela Saúde, e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as
calças enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem ressentimento na alma. E
contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me
deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o
diabo do tambor...
FIM 

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